segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Lenda de Narciso - Grécia



Há milhares de anos atrás, na antiguidade mais remota do povo grego, nas terras da Beócia, nasceu Narciso, filho do rio Cefiso, que tomara à força a ninfa Liríope. Nasciso era belíssimo e sua mãe, ansiosa por saber-lhe o futuro, procurou um famoso advinho: o cego Tirésias. Na luz de sua escuridão Tirésias viu e disse:
- Narciso terá vida longa contando que não se conheça nunca!
Liríope nada entendeu e mesmo consultando os mais sábios, não conseguiu decifrar o enigma daquelas palavras. Enfim, esqueceu a profecia. Narciso cresceu com os traços e as formas de um deus. Assediado pelas ninfas fugia de todas entretido com os jogos de caça, indiferente ao sofrimento das paixões não correspondidas que despertava.
Um dia, porém, cansado de longa jornada, sentou-se na relva à beira de um lago e, inclinando-se a fim de beber, pois tinha sede, eis que na superfície estática da água, deparou-se Narciso com o reflexo perfeito do próprio rosto, coisa que nunca vira antes em toda a sua vida. Extasiou-se. Nas palavras de Ovídio, assim reagiu o jovem, enamorado de si mesmo:
"...o rosto fixo, absorvido com esse espetáculo, ele parece uma estátua de mármore de Paros. Deitado no solo, contempla dois astros, seus próprios olhos, e seus cabelos, dignos de Baco, dignos também de Apolo, suas faces imberbes, seu pescoço de marfim, sua boca encantadora e o rubor que colore a nívea brancura de sua pele.
Admira tudo aquilo que suscita a própria admiração. Na sua ingenuidade, deseja-se a si mesmo. A si mesmo dedica seus próprios louvores. Ele mesmo inspira os ardores que sente. Ele é o elemento do fogo que ele próprio acende. E quantas vezes dirigiu beijos vãos à onda enganadora! Quantas vezes, para segurar seu pescoço ali refletido, inutilmente mergulhou os braços no meio das águas. Não sabe o que está vendo, mas o que vê excita-o e o mesmo erro que lhe engana os olhos acende-lhe a cobiça.Crédula criança, de que servem estes vãos esforços para para possuir uma aparência fugitiva? O objeto de teu desejo não existe. O objeto de teu amor, vira-te e o farás desaparecer. Esta sombra que vês é um reflexo de tua imagem. Não é nada em si mesma; foi contigo que ela apareceu, e persiste, e tua partida a dissiparia, se tivesses coragem de partir."
Mas Narciso não partiu. Ali permaneceu, paralisado de amor pela imagem aprisionada no espelho d'água. Não comia, não bebia para não se afastar por nem um segundo da imagem no lago, não dormia. Definhou. Morreu, afinal, de fome, de sede, de exaustão. Depois de morto, ainda assim não teve paz: nas profundezas do Hades, Narciso continua sua auto-contemplação debruçado às margens do rio Estige. Na superfície da terra, nos bosques, as ninfas pretendem fazer as cerimonias fúnebres mas eis que o corpo desapareceu e no seu lugar brotou a flor amarela e branca que hoje conhecemos pelo nome daquele que amou somente a si mesmo.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Tendão de Aquiles - Grécia



Conta a lenda grega que Aquiles, filho do rei Peleu e da rainha Tétis, tinha um único ponto vulnerável no corpo, exatamente na altura do calcanhar, na altura de um tendão. Para tornar o menino imortal, sua mãe passou ambrósia em seu corpo e o manteve por um tempo próximo ao fogo. Depois, mergulhou Aquiles no rio Estige, cujas águas tinham o poder de torná-lo invulnerável. Ao mergulhar o filho nas águas do Estige, a mãe o segurou por um calcanhar e, sendo assim, essa parte de seu corpo não foi tocada pelas águas. Aquiles cresceu e se tornou um dos principais heróis gregos da guerra de Tróia, sendo ao final atingido e morto por Páris, com uma flecha no calcanhar. Daí se falar hoje em tendão de Aquiles, uma denominação vulgar para o tendão que se encontra na parte inferior e posterior da perna.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Lenda das Maias

Todos os anos, de 30 de Abril para 1 de Maio é tradição no Minho, Douro e Beira Alta, que se coloquem à porta ou janelas de casa ramalhetes de giestas amarelas, também conhecidas por maias por florirem em Maio. A lenda, alusiva a esta tradição, que com mais frequência se ouve no Alto Minho, reza assim: Herodes soube que a Sagrada Família, na sua fuga para o Egipto, pernoitaria numa certa aldeia. Para garantir que conseguiria eliminar o Menino, Herodes dispunha-se a mandar matar todas as crianças. Perante a possibilidade de um tão significativo morticínio, foi informado, por um outro "Judas", que tal poderia ser evitado, bastando para isso, que ele próprio colocasse um ramo de giesta florida na casa onde se encontrava a Sagrada Família, constituindo um sinal para que os soldados a procurassem e consumassem o crime... A proposta do "Judas" foi aceite e Herodes tratou de mandar os seus soldados à procura da tal casa. Qual não foi o espanto dos soldados quando, na manhã seguinte, encontraram todas as casas da aldeia com ramos de giesta florida à porta, gorando-se, assim, a possibilidade do Menino Jesus, ser morto.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Lenda do Galo de Barcelos - Portugal




Esta lenda está associada a um antigo padrão de pedra de Barcelos, de origem desconhecida, que tem em si gravados, em baixo relevo, a Virgem, S. Paulo, o Sol, a Lua e um Dragão de um lado e do outro um Cristo Crucificado, um Galo e Santiago sustentando um enforcado.Na origem da lenda está um crime perpetrado em Barcelinhos que ficou impune, apesar das sérias investigações das autoridades de então. Este crime ficou esquecido até que um dia um peregrino galego que se dirigia a Santiago parou para passar a noite no albergue local. Ao jantar, enquanto ceava, reparou que alguém o observava fixamente mas não fez caso e continuou a sua refeição. O observador saiu do albergue, dirigiu-se a casa do juiz, e acusou o peregrino da autoria do crime. Preso, o crente galego não conseguia apresentar provas da sua inocência, tendo sido levado para as masmorras, julgado e condenado à forca.

No dia do enforcamento, o peregrino pediu, como sua última vontade, que o levassem à presença do juiz que tão injustamente o tinha julgado. Perante o juiz, que estava em sua casa preparando-se para trinchar um magnífico galo assado, o condenado ajoelhou-se. Seguidamente, afirmou a sua inocência e suplicou que não o enforcassem, pois era a primeira vez que estava em Barcelinhos e nunca tinha visto a vítima do crime. O juiz não se comoveu. Então, o galego invocou a ajuda de Santiago e perante todos afirmou que era tão certo estar inocente como o galo assado cantar antes do dia acabar. Todos os convivas presentes se riram da afirmação mas, supersticiosamente, não tocaram no galo.À noite, observaram com espanto que o galo se cobria de penas novas, se levantava e batia asas para cantar com energia. Correram todos para o lugar da forca e encheram-se de espanto ao ver o peregrino vivo, com uma corda lassa à volta do pescoço, apesar de estar pendurado. Atemorizados por este facto insólito, libertaram o peregrino galego, deixando-o seguir o seu caminho. Diz-se que em agradecimento pela ajuda de Santiago, o peregrino mandou colocar o padrão que ainda hoje lá se encontra.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Mistério de Guadalupe - México



A aparição da Virgem de Guadalupe aconteceu em 9 de Dezembro de 1531, nas proximidades da Cidade do México, a então capital do portentoso e deslumbrante Império Asteca. A Virgem apareceu ao humilde índio Juan Diego e pediu a ele que informasse ao Bispo sua vontade de que fosse construído um Templo em sua homenagem no morro de Tepeyac.
O Bispo, ao ouvir o relato do índio, não lhe dá crédito e pede que traga uma prova da presença da Virgem. De imediato começa a crescer um jardim de rosas inóspedo e deserto morro de Tepeyac. O índio Juan Diego colhe estas rosas em seu manto e entrega ao Bispo como a prova requerida. Ao abrir o manto para entregar as flores, elas caem no chão e, no manto, aparece retratada milagrosamente a imagem de Maria.
O Bispo ordenou então que fosse construído o Templo dedicado a Virgem de Guadalupe, exatamente no Morro de Tepeyac, lugar onde ocorreram as aparições.
Na manhã do dia da aparição, 9 de Dezembro de 1531, ocorreu um Solstício de Inverno, símbolo cósmico da ressurreição do Sol, do retorno da vida. Neste Solstício a Terra começa a se aproximar novamente do Sol e, no hemisfério norte, o inverno começa a perder sua força e a luz solar chega ao planeta com maior intensidade. Para muitas culturas ao redor do mundo esta data é de maior importância, e o mesmo não era diferente para as culturas das Américas.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Lenda dos Vampiros




Existem lendas sobre o vampirismo desde 125 D.C. aproximadamente; as primeiras histórias foram encontradas na Mitologia Grega. Porém a palavra Upir (palavra que derivou o "vampiro"), tem registros de 1047, num documento para um príncipe Russo, chamado "Upir Lichy" ou "Vampiro maldoso".
Lendas vampirescas tiveram origem no Leste da Europa e foram transportadas por caravanas pelo oeste e rumo ao Mediterrâneo.
De lá, a história expandiu-se até as áreas eslavas e Cárpatos. Os eslavos apresentaram a figura do vampiro ao resto do mundo. Após a "cristianização" a lenda do vampiro ainda sobreviveu como um mito, carregada por ciganos, que migraram à Transilvânia, logo depois do nascimento de Vlad Drácula, em 1431.
O vampiro, dizia a lenda, possuía um espírito de uma pessoa morta, que havia sido bruxa, assassino ou suicida. Vampiros eram criaturas temidas, pois podiam-se passar por pessoas normais; as únicas diferenças eram o facto de eles não terem sombra ou reflexo no espelho.

À noite, beberiam o sangue de mortais para se alimentarem. Um dos métodos mais comuns era se transformar em morcego e voar pelas janelas abertas, à procura de um pescoço distraído. Eles jamais entravam numa casa se não fossem convidados, mas uma vez chamados, eles poderiam entrar sempre que quisessem.
O vampiro eslavo não era perigoso apenas porque matava pessoas, mas porque, as suas vítimas se transformavam em vampiros após mortas. O vampiros eram imortais; apenas alguns métodos poderiam destruí-los. A estaca no coração ou separar a cabeça do corpo eram os únicos métodos conhecidos.

terça-feira, 18 de março de 2008

Lenda do Lago Ness - Escócia


O Monstro de Loch Ness, também conhecido por Nessie, é uma criatura aquática que alegadamente foi vista no Loch Ness (Lago Ness), nas Highlands da Escócia. A sua existência, ou não, continua a suscitar debate entre os cépticos e os crentes, e é um dos mistérios da criptozoologia. O monstro de Loch Ness é descrito como uma espécie de serpente ou réptil marinho, semelhante ao plesiossauro, um sauropterígeo pré-histórico.
No século XX, o primeiro relato é de 1923, e conta como Alfred Cruickshank avistou uma criatura com cerca de 3 metros de comprimento e dorso arqueado. O registo visual que iniciou a popularidade de Nessie data de 2 de Maio de 1933 e foi relatado pelo jornal local Inverness Courier numa reportagem cheia de sensacionalismo. Na peça conta-se que um casal viu um monstro aterrorizante a entrar e sair da água, como alguns golfinhos fazem. A notícia gerou sensação e um circo chegou mesmo a oferecer 20000 libras pela captura da criatura. A esta oferta seguiu-se uma onda de registos visuais que resultaram em 19 de Abril de 1934 na mais famosa fotografia do monstro, tirada pelo cirurgião R.K. Wilson (daí o nome da fotografia, conhecida como Surgeon’s photo). A fotografia circulou pela imprensa mundial como prova absoluta da existência real do monstro.
Décadas depois, em 1994 Marmaduke Wetherell confessou ter falsificado a fotografia enquanto repórter free lancer do Daily Mail em busca de um furo jornalístico. Wetherell afirmou também que decidiu usar o nome do Dr. Wilson como autor para conferir mais credibildade ao embuste.
Em 25 de Maio de 2007, Gordon Holmes, um técnico de laboratório de 55 anos de idade, filmou um vídeo que ele diz ser de uma "criatura preta, com cerca de 45 pés de comprimento, movendo-se rapidamente na água". O vídeo vai ser estudado por biólogos. Diz-se que o vídeo está "entre as mais brilhantes aparições do monstro já feitas". A BBC da Escócia transmitiu o vídeo em 29 de Maio de 2007.

quinta-feira, 13 de março de 2008

A Lenda de Mesulina - Luxemburgo



Mesulina foi, segundo a lenda, a mulher do conde Siegfried, o fundador do Luxemburgo.
Quando casaram Muselina fez uma única exigência a Siegfried: uma vez por mês queria ficar sózinha e não queria que ninguém, especialmente Siegfried, a seguisse, tentasse saber o que ela fazia ou fizesse quaiquer perguntas sobre o assunto.
Apaixonado Siegfried aceitou o pedido sem levantar quaisquer problemas.
Assim, durante anos Mesulina na primeira quarta-feira de cada mês descia às casamatas, um labirinto de cavernas debaixo da cidade, e só reaparecia ao raiar da aurora de quinta-feira.
Tudo correu bem durante muito tempo até que a curiosidade de Siegfried venceu as suas boas intenções de não quebrar a promessa.
Seguiu-a, viu-a entrar num quarto e espreitou pelo buraco da fechadura. Ficou pasmado quando viu a sua linda mulher deitada toda nua numa grande banheira com a parte de baixo da cintura transformada numa cauda de peixe.
É sabido que as sereias têm um sexto sentido para pressentirem se são observadas, claro que ela viu que o marido a estava a espreitar pelo buraco da fechadura. Imediatamente saltou pela janela para o rio Alzette para nunca mais ser vista.
De vez em quando, nas calmas águas do rio, alguém diz ver uma cabeça de uma mulher lindíssima a sair das águas do rio e uma cauda de peixe fazendo ondular levemente as águas.
É esta a lenda de Mesulina, a linda mulher de Siegried.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Lenda de Timor



Conta a lenda que há muito muito tempo, um crocodilo já muito velhinho vivia numa ilha da Indonésia chamada Celebes.
Como era muito velho, este crocodilo já não tinha forças para apanhar peixes, por isso estava quase a morrer de fome.
Certo dia, resolveu entrar terra adentro à procura de algum animal que lhe servisse de alimento. Andou, andou, andou, mas não conseguiu encontrar nada para comer.
Como andou muito e não comeu nada, ficou sem forças para regressar à água.
Um rapaz ia a passar e encontrou o crocodilo exausto. Teve pena dele e ofereceu-se para o ajudar a voltar. Então, pegou-lhe pela cauda e arrastou-o de volta à água.
O crocodilo ficou-lhe muito agradecido e, em paga, disse ao rapaz que fosse ter com ele sempre que quisesse ir passear pelas águas do rio ou do mar.
O rapaz aceitou a oferta e, a partir daquele dia, muitas foram as viagens que os dois amigos fizeram juntos.
A amizade entre os dois era cada vez maior, mas, um dia, a fome foi mais forte e o crocodilo pensou que comer o rapaz era a melhor solução.
Antes de tomar esta decisão, perguntou aos outros animais o que achavam da ideia. Todos lhe disseram que era muito ingrato da parte dele querer comer o rapaz que o tinha salvo.
O crocodilo percebeu que estava a ser muito injusto e ficou com muitos remorsos. Então, resolveu partir para longe, para esconder a vergonha.
Como o rapaz era o seu único amigo, pediu-lhe que fosse com ele. O rapaz saltou para o dorso do crocodilo e deixou-se guiar pelo mar fora.
A viagem já ia longa quando o crocodilo começou a sentir-se cansado. Já exausto, resolveu parar para descansar, mas, naquele momento, o seu corpo começou a crescer e a transformar-se em pedra e terra.
Cresceu tanto que ficou do tamanho de uma ilha. O rapaz, que viajava no seu dorso, passou a ser o primeiro habitante daquela ilha em forma de crocodilo.
E assim nasceu a ilha de Timor.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Lenda de Camelot - Inglaterra






Segundo as lendas, Camelot era o lugar onde ficava a corte do rei Arthur. Foi lá que, supostamente, Arthur decidiu construir o seu castelo com um grande salão, decorado com estandartes, onde pudesse colocar uma enorme mesa, construída por um misterioso carpinteiro mago, conhecida nas lendas como a távola redonda. Nessa mesa cabiam, sentados, 1.600 cavaleiros. Por ser redonda, impedia que houvesse lutas entre os nobres para ver quem sentava no melhor lugar. Até hoje não se sabe onde ficava Camelot, se é que realmente existiu. Alguns pesquisadores apontam a Cornualha, outros Somerset, outros ainda Monmouthshire. Em Somerset foram descobertos vestígios de uma fortificação, possivelmente do século VI, com enormes anéis concêntricos, cobrindo mais de 7 hectares, que contornavam um castelo, porém, nunca se conseguiu provar que fosse de facto Camelot.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Lenda da Vitória Régia - Brasil




Há muitos anos, entre os habitantes de uma tribo canibal brasileira, que comia gente, contava-se que a Lua era um Deus que namorava as mais belas virgens índias da aldeia. Sempre que ele se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças de sua preferência. Uma linda jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia a sonhar com este encontro e mal podia esperar pelo grande dia que a Lua a chamasse. Os anciãos da tribo alertavam Naiá: depois do seu encontro com a sedutora Lua, as moças perdiam o seu sangue e a sua carne, tornando-se luz - transformavam-se nas estrelas do céu.
Mas quem a impediria? Naiá queria ser levada pela Lua. À noite, cavalgava pelas montanhas atrás dela, sem nunca alcançá-la. Todas as noites eram assim, e a jovem índia definhava, sonhando com o encontro sem desistir. Não comia e nem bebia nada.
Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu na sua superfície a imagem do deus amado: a Lua reflectida nas suas águas. Cega de paixão, lançou-se ao fundo e afogou-se. A lua, quis recompensar o sacrifício da bela jovem india , e resolveu transformá-la numa estrela diferente, diferente de todas aquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", única e perfeita, que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma linda planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Santiago de Compostela - Espanha




Segundo uma tradição muito antiga, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, São Tiago, Santiago como chamam os espanhois a Jacob, o filho de Zebedeu e irmão de João o Evangelista, foi pregar as "boas novas" em regiões longínquas, passando algum tempo na Galícia, extremo oeste da Espanha, que os romanos chamaram "Finis Terrae", por ser o extremo mais ocidental do mundo até então conhecido.
Ao retornar à Palestina, no ano 44, foi torturado e decapitado por Herodes Agripa, e o seu corpo atirado para fora das muralhas de Jerusalém.
Dois de seus discípulos, Teodoro e Anastácio, recolheram os seus restos e os levaram de volta ao ocidente de navio, aportando na antiga cidade de Iria Flávia, a capital da Galícia Romana na costa oeste espanhola, sepultando-o secretamente num bosque chamado Liberum Donum.
O lugar foi esquecido até que oito séculos depois, um ermitão chamado Pelayo começou a observar um estranho fenomeno que ocorria neste mesmo lugar; uma verdadeira chuva de estrelas caía todas as noites sobre um ponto do bosque, emanando uma luminosidade intensa.
Com base no acontecido, chamou-se o lugar de Campus Stellae, ou Campo de Estrelas de onde derivaria o actual nome de Compostela.
Avisado das luzes místicas, o bispo de Iria Flávia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local encontrando, assim, uma arca de mármore com os ossos do santo.
A notícia espalhou-se e pessoas começaram a deslocar-se – primeiro dos estados cristãos do norte peninsular, depois de toda a Europa – a fim de conhecer o sepulcro, originando assim, o Caminho de Santiago de Compostela.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Lenda do Milagre das Rosas - Portugal



Esta é uma das mais conhecidas lendas portuguesas que enaltece a bondade da rainha D. Isabel para com todos os seus súbditos, a quem levava esmolas e palavras de consolo. Conta a história que um nobre despeitado informou o rei D. Dinis que a rainha gastava demais nas obras das igrejas, doações a conventos, esmolas e outras acções de caridade e convenceu-o a por fim a estes excessos. O rei decidiu surpreender a rainha numa manhã em que esta se dirigia com o seu séquito às obras de Santa Clara e à distribuição habitual, há quem diga pão há quem diga dinheiro, e reparou que ela procurava disfarçar o que levava no regaço. Interrogada por D. Dinis, a rainha informou que ia ornamentar os altares do mosteiro ao que o rei insistiu que tinha sido informado que a rainha tinha desobedecido às suas proibições, levando dinheiro/pão aos pobres. De repente e mais confiante D. Isabel respondeu: "Enganais-vos, Real Senhor. O que levo no meu regaço são rosas..." O rei irritado acusou-a de estar a mentir: como poderia ela ter rosas em Janeiro? Obrigou-a, então, a revelar o conteúdo do regaço. A rainha Isabel mostrou perante os olhos espantados de todos o belíssimo ramo de rosas que guardava sob o manto. O rei ficou sem palavras, convencido que estava perante um fenómeno sobrenatural e acabou por pedir perdão à rainha que prosseguiu na sua intenção de ir levar as esmolas/pão.
A notícia do milagre correu a cidade de Coimbra e o povo proclamou santa a rainha Isabel de Portugal.