quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Santiago de Compostela - Espanha




Segundo uma tradição muito antiga, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, São Tiago, Santiago como chamam os espanhois a Jacob, o filho de Zebedeu e irmão de João o Evangelista, foi pregar as "boas novas" em regiões longínquas, passando algum tempo na Galícia, extremo oeste da Espanha, que os romanos chamaram "Finis Terrae", por ser o extremo mais ocidental do mundo até então conhecido.
Ao retornar à Palestina, no ano 44, foi torturado e decapitado por Herodes Agripa, e o seu corpo atirado para fora das muralhas de Jerusalém.
Dois de seus discípulos, Teodoro e Anastácio, recolheram os seus restos e os levaram de volta ao ocidente de navio, aportando na antiga cidade de Iria Flávia, a capital da Galícia Romana na costa oeste espanhola, sepultando-o secretamente num bosque chamado Liberum Donum.
O lugar foi esquecido até que oito séculos depois, um ermitão chamado Pelayo começou a observar um estranho fenomeno que ocorria neste mesmo lugar; uma verdadeira chuva de estrelas caía todas as noites sobre um ponto do bosque, emanando uma luminosidade intensa.
Com base no acontecido, chamou-se o lugar de Campus Stellae, ou Campo de Estrelas de onde derivaria o actual nome de Compostela.
Avisado das luzes místicas, o bispo de Iria Flávia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local encontrando, assim, uma arca de mármore com os ossos do santo.
A notícia espalhou-se e pessoas começaram a deslocar-se – primeiro dos estados cristãos do norte peninsular, depois de toda a Europa – a fim de conhecer o sepulcro, originando assim, o Caminho de Santiago de Compostela.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Lenda do Milagre das Rosas - Portugal



Esta é uma das mais conhecidas lendas portuguesas que enaltece a bondade da rainha D. Isabel para com todos os seus súbditos, a quem levava esmolas e palavras de consolo. Conta a história que um nobre despeitado informou o rei D. Dinis que a rainha gastava demais nas obras das igrejas, doações a conventos, esmolas e outras acções de caridade e convenceu-o a por fim a estes excessos. O rei decidiu surpreender a rainha numa manhã em que esta se dirigia com o seu séquito às obras de Santa Clara e à distribuição habitual, há quem diga pão há quem diga dinheiro, e reparou que ela procurava disfarçar o que levava no regaço. Interrogada por D. Dinis, a rainha informou que ia ornamentar os altares do mosteiro ao que o rei insistiu que tinha sido informado que a rainha tinha desobedecido às suas proibições, levando dinheiro/pão aos pobres. De repente e mais confiante D. Isabel respondeu: "Enganais-vos, Real Senhor. O que levo no meu regaço são rosas..." O rei irritado acusou-a de estar a mentir: como poderia ela ter rosas em Janeiro? Obrigou-a, então, a revelar o conteúdo do regaço. A rainha Isabel mostrou perante os olhos espantados de todos o belíssimo ramo de rosas que guardava sob o manto. O rei ficou sem palavras, convencido que estava perante um fenómeno sobrenatural e acabou por pedir perdão à rainha que prosseguiu na sua intenção de ir levar as esmolas/pão.
A notícia do milagre correu a cidade de Coimbra e o povo proclamou santa a rainha Isabel de Portugal.